Dentro dos diferentes tipos de treino que existem, o que nos propomos a abordar hoje é o treino de força/resistência muscular.
O que é o treino de força?
Segundo a literatura, a força muscular é descrita pela capacidade que o sistema neuromuscular tem para desenvolver tensão contra uma resistência externa que exige mais esforço e energia que o habitual. Physical Activity and Health Guidelines (2010)
Quais os principais princípios a reter?
A integração de treino de resistência muscular num plano de reabilitação pode promover o aumento do volume muscular, da sua força máxima e da sua potência através de vários mecanismos. Estes vão desde a hipertrofia muscular às alterações neurais, tais como aumento da ativação de mais unidades motoras e adaptações supraespinais.
Dentro das várias lesões/condições que podem afetar o normal funcionamento do nosso sistema músculo-esquelético, o treino de força muscular é uma das ferramentas válidas para o tratamento das mais comuns, incluindo as que estão em estado crónico:
Dores lombares recorrentes e incapacitantes,
Osteoartrite do joelho e
Tendinopatia patelar ou do tendão de Aquilles.
Por outro lado, este tipo de treino mostra-se útil em condições agudas como:
Pós-artoplastia da anca,
Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior,
Lesões musculares e
Dores não específicas no ombro.
É eficaz independentemente da idade e/ou género, devendo sempre acautelar que os objetivos e plano de tratamento podem diferir de pessoa para pessoa.
Para realizar um treino de força que precauções devem ser tomadas?
Realizar algumas repetições sem carga externa ou com pesos muito leves como aquecimento, particularmente para as articulações do joelho e ombro;
Privilegiar, numa primeira fase, os exercícios mais simples e com maior amplitude de movimento ao invés de exercícios mais complexos e com maior carga externa
Expor, de forma gradual, os exercícios com maior carga externa/maior complexidade dentro de amplitudes de movimento limitadas
Utilizar cargas mais leves em novos exercícios ou após uma paragem de duas ou mais semanas da prática de exercício, promovendo o gesto técnico em detrimento do peso externo numa fase inicial
Não ignorar por completo a dor nas articulações ou nos músculos, devendo abordar este tema com o seu fisioterapeuta
Não tente levantar cargas máximas sem uma preparação adequada, incluindo instruções técnicas sobre o movimento do exercício e prática com pesos mais leves.
Deve realizar várias variações do mesmo exercício uma vez que induz um desenvolvimento muscular mais completo e maior estabilidade articular
Idealmente, o plano de intervenção deve incluir uma equipa multidisciplinar que deve contribuir para ajudar e monitorizar toda a evolução do utente, sendo fundamental e imprescindível para o sucesso do tratamento.
O que podemos concluir?
Como discutido anteriormente, este tipo de treino demonstrou ser eficaz na melhoria da força muscular, da capacidade funcional e na redução da sintomatologia do utente. Assim, podemos concluir que o treino de resistência é uma ferramenta útil na reabilitação de condições musculoesqueléticas e que sua prática pode levar a resultados positivos durante o tratamento.
Komentarze